sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Curso da Diversidade aborda Questão Indígena

O curso de Extensão “Educação, Diverdidade e Relações Interculturais”, promovido pela Secretaria Municipal de Educação, através da Diretoria de Educação Continuada e Diversidade e colaboração da 27ª CRE do Estado, recebeu o Cacique Danilo, da Comunidade Indígena Kaingang, para ministrar uma de suas aulas. Ele abordou a questão indígena desde a pré-história riograndense, com a ocupação do território, seus principais povos e a situação atual. Na sua fala, ressaltou a importância da demarcação e preservação das terras indígenas no sentido de respeito à autonomia cultural e liberdade destes povos.

O Curso, que já proporcionou aos seus integrantes uma visita à Reserva Indígena da Estiva em Viamão, terá continuidade em março e abril de 2012.

Material elaborado por Cacique Danilo
Fotos de Luis Antônio
Texto: Sirlândia e Alexandre


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Modo de ser guarani

Professores/as do Curso de Extensão “Educação, Diversidade e Relações Interculturais” visitaram dia 03 de dezembro de 2011 a Aldeia Indígena Guarani da Estiva em Viamão. A proposta das Faculdades Est, Secretaria de Educaçãode Canoas, 27ª Coordenadoria de Educação e Ministério Público, é ir para além da sala de aula e conhecer a história, cultura, arte e educação dos povos indígenas e o território dos mesmos.

Os professores foram recebidos pelo Cacique Eloir Guarani que ressaltou a importância da luta dos povos indígenas pela demarcação das terras, “sem terra não há modo de ser Guarani”, ressaltou o Cacique, na terra o povo guarani encontra o seu sustento: frutas, pesca, material para fazer seu artesanato e plantas medicinais. Na terra de chão, é construído o galpão da conversa, onde a comunidade se reúne em todo no fogo, cuia de chimarrão que passa de mão em mão e neste espaço sagrado a cultura é repassada em forma de histórias contadas pelos mais velhos. A terra é o lugar onde as pessoas vivem, trabalham, passam adiante seus ensinamentos, onde as crianças e jovens aprendem com os mais velhos, é o lugar onde o povo vive a sua religião e constrói sua escola.

O Cacique Eloir, cursando a faculdade de Direito, coloca a importância das Escolas Indígenas para as crianças e jovens, pois através da pedagogia guarani as crianças aprendem a valorizar o jeito de viver do seu povo, ou seja, a sua cultura. A educação é realizada com tempo e paciência por professores guaranis com formação acadêmica.

O grupo de professores, visitou a aldeia, a casa do fogo, a escola, o espaço do artesanato e da arte, sempre acompanhado de um membro do grupo da aldeia que pacientemente explicava, respondia as perguntas e incentivava os professores a levarem para suas escolas um pouco da cultura, da arte, do artesanato, da educação dos Guaranis. Todos os moradores da aldeia são unânimes ao falar da importância da implantação da Lei 11.645108 em todas as escolas e acreditam que a historia, cultura e realidade dos povos indígenas no Brasil se tornando conteúdo no currículo escolar irá quebrar o paradigma e preconceitos favorecendo a inclusão e o respeito por povos discriminados na história do Brasil.
Todos os professores participantes do Curso de Extensão sentiram a necessidade de aprofundar o conhecimentos sobre Cultura Indígenas e foi realizado um encaminhamento junto a Secretaria de Educação para que em 2012 ocorre a continuação do curso através de módulos mais avançados e com maior número de aula para a Lei 11.645/08.

Curso de Formação Continuada: Educação, Diversidade e Relações Interculturais.
Coordenação de visita: Profª Cledes Markus (Est) e Cacique Eloir Guarani
Organização da visita: Profº Luiz Augusto Farofa e Profª  Sirlandia Greller
Registro de imagens: Profª Sirlandia Greller

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Mostra Cinema Além da Imagem

A Associação de Midias Audiovisuais e Cinema do Amazonas- AMACINE, trouxe para Canoas a 3ª Mostra de Cinema além da Imagem. A proposta do projeto é a exibição de filmes de 1m e 4m e curta metragens com legenda em Português, tradução simultânea em LIBRAS e audiodescrição . Filmes especialmente produzidos  para pessoas surdas e cegas,mas que não exclue os ouvintes e os não cegos.
Em  Canoas, o projeto foi possível devido uma parceria entre AMACINE, SME/DECD e Escola para Surdos Vitória.            Devido ao inedetismo do projeto, trazendo para o Sul do País, um pouco das lendas, mitos e história que revelam a cultura dos povos da Amazônia, o DECD  representado no Evento pelo diretor Luis Augusto, Assessora Pedagógica para a Diversid ade professora Sirlandia e pelo vice diretor da Escola para Surdos Vitória , Duli Borges, discutiram com o produtor da AMACINE a possibilidade de continuar  a parceria  em Canoas, pois  A Associação de Midias Audiovisuais e Cinema do Amazonas estreará  novos filmes  previstos para   abril e outubro   e outubro de 2012.
Boas parcerias vem por aí. Aguardem!!!!!!
A Mostra ocorreu no Salão Picinine no dia 29 de novembro. Confira nas fotos a participação e alegria do público.

Produtor Júnior, profª Glaucia e Luis Augusto - diretor do DECD

O filme

Profª Glaucia, produtor Júnior e profº Duli Borges

domingo, 27 de novembro de 2011

Semana da Consciência Negra na Escola Vitória‏

Na Semana da Consciência Negra, os alunos da Escola Especial para Surdos Vitória realizaram a apresentação da pesquisa desenvolvida durante o mês de novembro referente as imagens e ilustrações que aparecem nos livros de História do Ensino Fundamental e EJA.
O objetivo foi aplicar o conceito de ambiência e ambiências móveis na análise de ilustrações dos livros de História referentes ao período colonial com ênfase no cotidiano dos  escravos e sua contribuição para a formação e o desenvolvimento da sociedade brasileira. 
A metodologia consistiu na análise dos livros (comparar imagens de livros diferentes, procurar semelhanças, igualdades e diferenças); em reconhecer a autoria das ilustrações e identificar sua procedência, com data, local e explicações (quando houver); realizar a contextualização histórica das imagens (em grupo/professora); escolher as cenas retratadas nas ilustrações para serem representadas e registradas através de fotografias (quem vai tirar as fotos, que cenas representar, quais colegas irão posar para as fotos); procurar roupas e acessórios para compor as cenas; criar um cronograma de acordo com o horário das turmas, as ilustrações escolhidas e os colegas; criar textos com a descrição das cenas retratadas nos livros e dados pesquisados (sempre identificando livro, página, autor e explicações); e por fim, apresentação dos trabalhos e exposição das fotos.

Trabalho: Registro em Cena - Professora Cármen Pereira (colaboradores Maricléia e Claudionir).
Se houver interesse, podemos disponibilizar maiores detalhes, como fotos, portifólio, etc.

Texto e fotos: Cármen Cristina Pereira
Educadora e Intérprete em LIBRAS

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Prof. Dra. Elsa Avancini ministra aula no Curso Educação, Diversidade e Relações Interculturais

O Curso sobre Educação, Diversidade e Relações Interculturais, promovido pela Secretaria Municipal de Educação, contou com a presença da Prof. Dra. Elsa Avancini, convidada da EST, que ministrou a aula Quilombos e Quilombolas para os professores e professoras da rede municipal de ensino e da 27ª CRE ligados ao município de Canoas. As turmas funcionam nas segundas e quintas, sempre na EMEF Edgar Fontoura, no período noturno. A prof. Elsa tem uma longa pesquisa sobre o Quilombo Chácara das Rosas e um estudo aprofundado nesta área de conhecimento. Os slides de suas apresentações foram disponibilizados para que os professores educandos e as comunidades escolares pudessem ter acesso.
Texto: Prof. Alexandre Rafael da Rosa
Fotos: Prof. Sirlândia Gheller

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Educação, Diversidade e Relações Interculturais - Primeira Aula do Curso

O Curso sobre Educação, Diversidade e Relações Interculturais, promovido pela Secretaria Municipal de Educação de Canoas, em parceria com a 27ª CRE e a Faculdades EST, iniciou com lotação completa nesta segunda-feira, 17 de outubro. A sala de aula da EMEF Edgar Fontoura ficou pequena para os cerca de 40 profissionais da educação da primeira turma que estiveram presentes no curso. Além da explanação sobre a estruturação e os temas que serão abordados no curso, a aula ministrada pela Prof. Selenir Kronbauer contou com a exibição do filme "O Atlântico Negro na Rota dos Orixás". Após a exibição do filme promoveu-se um debate sobre os assuntos constantes no mesmo. Também foram abordados os marcos legais envolvendo as Leis 10.639/03 e 11.645/08. O curso contará com atividades de campo, entre as quais, visitas ao Quilombo Chácara das Rosas, à Aldeia Indígena em Viamão e à Casas de Religião Afro.

Informações: Prof. Alexandre Rafael da Rosa
Fotos: Prof. Selenir Kronbauer / Rosí 

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Aula Inaugural do Curso da Diversidade se Transforma em Verdadeira Festa Multicultural

Na segunda-feira, 10 de outubro de 2011, galgamos mais um degrau na caminhada coletiva para efetivação das leis 10.639/03 e 11.645/08, com a abordagem da História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Índigena, através do anúncio do Curso de Extensão, Educação, Diversidade e Relações Interculturais, dirigido aos educadores da rede pública municipal e da Rede Estadual da nossa Cidade. Trata-se de uma construção coletiva, onde o resultado dos diálogos, prosas, rodas de coversas e inúmeras reuniões, nos remeteram para uma ação concreta que é a formação continuada dirigida aos atores do processo que trabalham com os educandos de nossa cidade. Para o Diretor da Diretoria de Educação Continuada e Diversidade Luis Augusto Farofa da Silva, "é mais um passo e uma conquista de um processo que não se restringe ao curso e seus desdobramentos, mas que nos desafia a continuarmos trabalhando conjunta e coletivamente o resgate das origens de nosso povo, nossa cultura e nossas raizes".
A abertura da Aula contou com a presença do Secretário Municipal de Educação de Canoas, Paulo Ritter, o Coordenador da 27ª CRE, Prof. Edson Portilho, o representante do Ministério Público, Dr. Jorge Floriano, a Coordenadora da Igualdade Racial, Maria Aparecida Mendes, a líder quilombola, Isabel Cristina Generício, a Diretora da EMEF Edgar Fontoura, onde se realizará o curso, Prof. Joelba de Barros Plein e o Reitor da EST, instituição responsável pelo execução do curso, Oneide Bobsin.
No decorrer da Aula, o Dr. Jorge Floriano explanou sobre o papel do MP/RS na promoção de ações que visam transformarem o objeto da Lei em práticas a serem adotadas pelos poderes públicos constituídos, citando o município de Canoas como modelo para o restante do Estado. O prof. Alexandre Rafael da Rosa, apresentou de forma histórica a construção e o desenrolar do processo que resultou numa realidade a ser desfrutada pelos educadores, os quais deverão ser multiplicadores em suas unidades de ensino. A Prof. Rosí da Silva, Diretora Pedagógica da SME, ressaltou a importância do momento e o êxito do convênio firmado com a EST em atendimento à formação continuada dos professores, tanto do município quanto do Estado, que terão a missão não só de se aprimorarem, mas o de difundir posteriormente em suas escolas tudo o que aprenderem no curso através de projetos a serem implementados. Por último, a Prof. Selenir Kronbauer, da Faculdades EST, adiantou parte do que será ministrado no curso, o qual contará inclusive com saídas de campo, sendo a primeira o Quilombo Chácara das Rosas.
Apresentações culturais pontuaram o evento que também contou com uma exposição de trabalhos elaborados por estudantes das Escolas João Paulo I, Walter Perachi de Barcelos e Edgar Fontoura. No final, a Prof. Sirlândia Gheller agradeceu a todas e todos presentes ou não no ato, pela parceria e pela contribuição na jornada que resultou no curso.
Para os mais de 100 participantes do encontro ficou a certeza de que a luta e os desafios continuam e, juntos, somando esforços, seguiremos construindo uma sociedade melhor para todos e todas.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Diversidade na Vitória

No dia 27/09 alunos, professores e convidados da Escola Vitória estiveram reunidos para conversar com a especialista em questões políticas e religiosas, a professora Falastin Zarruk. Canoense, filha de palestinos e italianos, e uma das únicas mulheres do RS que usam o hejab (vestimenta típica). A atividade fez parte da programação da Semana Cultural na Escola Vitória pela Passagem do Dia do Surdo, que foi comemorado em 26/09. Os palestinos, assim como outros povos, foram importantes para o desenvolvimento da cidade de Canoas. O evento contou com a presença do Diretor Luis Augusto Farofa da Silva, da Diretoria de Educação Continuada e Diversidade da SME e de Lúcia Santos do Setor Pedagógico da 27ª CRE.

domingo, 25 de setembro de 2011

Semana da Consciência Negra: “João Cândido vive”

A história do “Almirante Negro” João Cândido, líder revolucionário gaúcho que atuou na Revolta da Chibata, vai ser contada na peça teatral “João Cândido Vive”, durante a Semana da Consciência Negra de Canoas 2011. Uma reunião entre a Coordenadoria de Políticas para a Igualdade Racial e a ONG raízes D’África Mundi definiu a inclusão de mais essa atração nesse evento, que ocorre na cidade entre os dias 13 a 20 de novembro próximo.
A reunião que tratou dessa questão ocorreu na tarde desta terça-feira, 22, na Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. Participaram do encontro a titular da COPIR, Maria Aparecida Mendes, o secretário municipal de Esporte e Lazer, Antonio Dedomenico, e o ator, diretor produtor cultural da Raízes D’África Mundi, Ney Ortiz. Também estiveram na reunião o diretor de Educação Continuada e Diversidades, Luiz Augusto farofa e a gestora de Unidade Cláudia Quadros representando o Diretor de Lazer e Recreação Jean Paim.

Raízes D’África Mundi
Fundanda em 1998 e com um vasto histórico por trabalhar as questões do negro através da arte, no Estado e no País, a ONG Raízes D’África Mundi desenvolve trabalhos nas áreas de artes plásticas, música, teatro e dança. Entre estas abordagens, está presente a lei 10639. Esse coletivo tem em seu elenco artistas plásticos, músicos ,cantores, bailarinos e atores de renome, inclusive ligados ao elenco da Rede Globo de televisão. A partir da apresentação da proposta da ONG Raízes D’África Mundi, o Secretário da SMEL se colocou a disposição da COPIR para participar da Semana da Consciência Negra.
Ronaldo M. Botelho

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Igualdade Racial pauta audiência e lota plenário

Canoas tem tido avanços significativos na abertura de canais, debates e orientação de diretrizes sobre a igualdade racial na educação; mas há ainda muito o que fazer aqui e em todo o País. Essa foi a tônica comum entre as intervenções realizadas na noite desta segunda-feira, 12, na Câmara Municipal de Vereadores de Canoas durante a audiência pública para a discussão referente às Leis nºs 10.639/2003 e 11.645/2008 (legislações que tratam sobre o Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação das Relações Étnico-Raciais para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígenas).
As distâncias entre a legislação e a prática para as abordagens da história do negro nas escolas orientou o debate durante essa audiência, que durou cerca de 2h. “No ano internacional do afro descendente, esse é mais um esforço para que essa legislação saia de vez do papel”, afirma a titular da Coordenadoria Municipal de Políticas para a Igualdade Racial (COPIR), Maria Aparecida Mendes. O evento foi realizado a partir de uma parceria da Prefeitura de Canoas, por meio da COPIR, com a Câmara de Vereadores de Canoas e contou com a participação de professores, estudantes, lideranças civis, ativistas do movimento negro, gestores públicos e parlamentares.
Na platéia, nomes expressivos no âmbito público e civil, como o histórico ativista do movimento negro gaúcho, Waldemar Moura Lima (“Pernambuco”) e o titular da 27ª Coordenadoria Regional de Educação do RS - que tem sede em Canoas - Edson Portilho. Coordenado pelo presidente da Câmara, Cesar Augusto Ribas Moreira, e aberto pela titular da COPIR, Maria Mendes, a audiência envolveu a exposição das políticas municipais sobre esse tema e a problematização sobre a visibilidade as formas de tratamento da cultura afro-brasileira no cotidiano escolar, para além dos currículos.

Livros, currículos e consciências

A partir de uma exposição, realizada com o apoio do gestor do Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), Alexandre Rosa, a secretária adjunta de Educação de Canoas, Marta Ruffato expõs as iniciativas já realizadas no município como parte do processo de implementação da lei 10.639. “Temos desenvolvido um trabalho sobre diversidade étnica que se orienta por tripé: formação, material didático-pedagógico e pesquisa”, relata Rosa.
Além de projetos e ações estimulados nas escolas locais, foram destacadas iniciativas onde esse tema foi pautado, como o 1.º Seminário Internacional de Educação Continuada e diversidade, o 1.º Seminário sobre educação étnico-racial e o curso de formação sobre diversidade. “Desde que assumimos, temos tido como desafio essa bandeira. Não é somente colocar a questão da igualdade racial no currículo, mas debater com os professores a importância de tais abordagens”, salienta a secretária. A intervenções dos presentes também envolveram referências e personalidades históricas na luta contra o preconceito, como Boaventura de Souza Santos, João Cândido, entre outros.
Veja abaixo as manifestações de lideranças que se manifestaram:

“É preciso fazer essas legislações sobre a igualdade racial interagir, em uma perspectiva transversal, com todas as dimensões da cidade”
Marta Ruffato, secretária adjunta da SME de Canoas
“A diversidade e o reconhecimento das diferenças não nos permite sermos melhores ou piores, mas encontrar caminhos sobre como podemos conviver humanamente. E esse momento da política de Canoas é muito fértil para essa discussão”
Roberto Santos, coordenador do curso de história da Ulbra Canoas
“Não basta que as leis sejam construídas, senão acompanharmos a execução de cada palavra, de cada documento”
Presidente do Conselho Municipal de Educação, Maria Cristina Gobbi
“Quero parabenizar Canoas pela resistência de seus educadores em trabalharem esses conteúdos em sala de aula. Mas é preciso recontar a história e sensibilizar os gestores dos 496 municípios do estado, no sentido de sensibilizar os conselhos municipais de educação para essa questão”
José Antonio dos Santos da Silva, Coordenador do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico-racial do Estado do RS
“A diversidade é a riqueza de um povo e de uma nação, mas há também a necessidade de se afirmar a igualdade entre negros e brancos. Não existe nenhuma tese que justifique biologicamente essa diferença. O negro não foi um imigrante, mas foi arrancado a força de sua terra, e assim trazido para ser explorado e oprimido”
Carrion Júnior, Deputado Estadual (representando o presidente da Assembléia Legislativa do RS, Adão Vila Verde).

Fonte: Site da PMC - Ronaldo M. Botelho - Secom

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Moradores do Quilombo Chácara das Rosas visitam museu na capital

Na última semana, moradores do Quilombo Chácara das Rosas visitaram o Santander Cultural, no centro de Porto Alegre. A iniciativa partiu da Equipe Social e Organização Comunitária da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, que realiza o trabalho social que antecede a conclusão do empreendimento Minha Casa Minha Vida no quilombo.
Através da visita, eles puderam conhecer a arte da Exposição Àgora, que busca provocar a reflexão sobre os fenômenos contemporâneos de simultaneidade, colaboração e interatividade. A maioria dos quilombolas nunca havia ido a um museu, como afirmou dona Maria do Carmo de Jesus, 78 anos. Quando questionada sobre o que pensava que iria encontrar no Santander Cultural, respondeu com emoção: “uma descoberta”. E assim foi para todos. No lugar das pinturas e esculturas, eles puderam conhecer as instalações da exposição, descobrindo novas sensações e sentimentos.
A partir dessa visita ao museu, a Equipe Social e Organização Comunitária realizou um trabalho com as crianças interligando o passeio e os sentimentos em relação às obras das suas casas que iniciaram neste mês de julho. Utilizando algumas pinturas de Tarsila do Amaral, as crianças foram instigadas a desenhar e pintar a sua nova casa. Eduardo, 10 anos, disse que sua nova casa vai ter dois quartos, um banheiro, uma sala e uma cozinha. Ritielle, de 4 anos, argumentou: “minha casa vai ter todas as cores”.
A atividade faz parte do projeto social de pré-morar no Quilombo Chácara das Rosas, cujo objetivo central é desenvolver o processo de acompanhamento técnico social na atividade de integração e valorização do espaço à moradia da comunidade. Neste mês de julho iniciaram-se as obras das 24 casas que beneficiarão famílias do Quilombo Chácara das Rosas. O projeto é uma parceria da Associação Remanescente Chácara das Rosas, Prefeitura Municipal de Canoas e Caixa Econômica Federal, através do Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal.

13:59 - terça-feira, 9 de agosto de 2011
Fonte: Site da Prefeitura Municipal de Canoas

Amanda Utzig Zulke
Secretaria de Comunicação
* com informações de Viviane Grafitti – ESO
 

domingo, 7 de agosto de 2011

Desigualdade racial na educação do País persiste, mas começa a diminuir

Embora ainda estejam longe do nível de escolaridade dos brancos, os negros estão deixando para trás a herança de poucos anos de estudos de seus pais. Pesquisa sobre cor e raça feita pelo IBGE em cinco Estados e no Distrito Federal mostra que a distância entre a escolaridade de pais e filhos é maior entre negros e pardos que entre brancos. A desigualdade racial na educação, no entanto, persiste.

A reportagem é de Luciana Nunes Leal e publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, 07-08-2011.

A escolaridade dos filhos é muito maior que a dos pais em todas as raças, em consequência da ampliação do acesso à escola dos anos 1990 em diante. Especialistas destacam, porém, que os avanços entre negros e pardos são maiores porque partiram de bases muito baixas.

A proporção de filhos negros com 12 anos ou mais de estudos (pelo menos ensino médio completo) é quatro vezes maior que das mães e três vezes maior que dos pais da mesma cor. No caso dos brancos, a proporção de filhos na faixa mais alta de escolaridade é três vezes maior que das mães e o dobro dos pais.

Segundo a pesquisa, apenas 2,8% dos pais negros tinham 12 anos ou mais de estudos, enquanto os pais brancos chegavam a 9,7%. Entre mães negras, somente 2,1% tinham o ensino médio completo, índice que chegava a 6,9% entre as mães brancas.

Apesar do progresso em relação aos estudos dos pais, a diferença entre filhos negros e brancos continua gritante. Menos de um em cada dez filhos negros entrevistados pelo IBGE (9,2%) completou o ensino médio. Entre os brancos, quase um em cada quatro (23%) tinha pelo menos 12 anos de estudos.

"Um nível mais alto de educação entre pretos e pardos, que há algumas décadas não estava no imaginário social, começa a fazer parte da realidade. Emblematicamente, é muito importante. Mas em números absolutos e relativos ainda é muito pouco", diz o pesquisador do IBGE José Luís Petruccelli, coordenador da pesquisa de cor e raça, que ouviu 15 mil pessoas de 15 anos ou mais, em 2008.

A pesquisa mostrou que, entre todos os entrevistados, 49% se declararam brancos e 7,8% negros. No universo dos que têm 12 anos ou mais de estudos, as proporções se alteram: 71% eram brancos e apenas 4,5% negros.

Qualidade

O professor da UFRJ Marcelo Paixão, especializado no estudo de raças, ressalta que a diferença da escolaridade dos filhos em relação aos pais seria bem maior e a desigualdade entre negros e brancos muito menor se a expansão de alunos nas escolas fosse acompanhada de qualidade na educação.

"Os filhos estão se distanciando da baixa escolaridade dos pais, mas o avanço ainda é muito lento para ser comemorado. A diferença tem de aumentar até o filho do analfabeto chegar a doutor, tanto o branco quanto o negro. O salto grande será quando os anos de estudos de brancos e negros se equipararem", afirma Paixão.

Para o professor, a comparação da escolaridade de pais e filhos é "um indicador que não admite muita condescendência". Ele explica: "Não estamos comparando a riqueza de pais e filhos, que pressupõe um patrimônio físico, depende de uma série de fatores, é mais lento. Estamos falando de educação, em que os avanços podem ser muito mais rápidos com a expansão da presença nas escolas", diz.

Segundo ele, a escola conseguiu se massificar, mas o aproveitamento escolar é muito baixo, em especial para os negros. "Os jovens deixam a escola, repetem o ano, ficam atrasados. Há muita propaganda e pouco resultado", complementa.

Educadores apontam para a participação e o estímulo dos pais, mesmo aqueles de baixa escolaridade, como fatores fundamentais para o aprendizado dos filhos. Mas ressaltam que, nas famílias em que o estudo é pouco valorizado, a escola deve assumir o papel de incentivadora dos alunos. 

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos
Data: 7/8/2011
Foto: Prof. Marcelo Paixão - Seminário Desigualdades Raciais no Brasil e Impactos na Educação - de: José Antônio dos Santos da Silva (Unegro)